segunda-feira, 25 de julho de 2016

Ricos para Deus e pobres para o mundo.

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“O MAIOR NEGOCIANTE É O QUE GUARDA O ‘GRANDE TESOURO’ PARA A ETERNIDADE QUE É O BEM QUE FAZEMOS NESTA VIDA”.

O mês de agosto é dedicado as vocações. A vocação é um chamado de Deus para servir aos irmãos. O primeiro chamado de Deus em relação a nós foi à existência. Deus nos criou para participarmos de sua felicidade. O segundo chamado foi o batismo, que é a nossa consagração a Deus através da tentativa de configurar a nossa vida com a de Jesus vivendo na obediência ao Pai. Ao longo de nossa vida cristã, devemos escolher a forma como iremos viver o nosso batismo servindo aos irmãos. Esta escolha livre poderá ser como Apóstolo Leigo (casado ou solteiro), Consagrado na Vida Religiosa ou como Sacerdote. Vamos rezar neste mês para que o Senhor nos envie muitas vocações para que a nossa Igreja seja cada vez mais florida no amor e na solidariedade. O evangelho deste domingo irá nos ensinar a encher a “mala” de nossa vida com o bem para que possamos usufruí-lo na eternidade.


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EVANGELHO (Lc 12, 13-21):
Naquele tempo, alguém, do meio da multidão, disse a Jesus: “Mestre, dize ao meu irmão que reparta a herança comigo”. Jesus respondeu: “Homem, quem me encarregou de julgar ou de dividir vossos bens?” E disse-lhes: “Atenção! Tomai cuidado contra todo o tipo de ganância, porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas, a vida de um homem não consiste na abundância de bens”. E contou-lhes uma parábola: “A terra de um homem rico deu uma grande colheita. Ele pensava consigo mesmo: ‘O que vou fazer? Não tenho onde guardar minha colheita’. Então resolveu: Já sei o que vou fazer! Vou derrubar meus celeiros e construir maiores; neles vou guardar todo o meu trigo, junto com os meus bens. Então poderei dizer a mim mesmo: Meu caro, tu tens uma boa reserva para muitos anos. Descansa, como, bebe, aproveita!’ Mas Deus lhe disse: ‘Louco! Ainda nesta noite, pedirão de volta a tua vida. E para quem ficará o que tu acumulaste?’ Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico diante de Deus”.

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“Quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico diante de Deus não poderá experimentar a verdadeira felicidade”.

Deus nos deu muitos dons que na realidade não nos pertencem. O principal dom é a vida que recebemos dele para serví-lo e amá-lo nos preparando para a vida definitiva. O único tesouro que nós levamos conosco é o bem que nós praticamos em nossa vida. Esta é a direção fundamental que devemos dar a nossa existência nos transformando em instrumentos de amor e solidariedade dentro do mundo. Praticar o bem nos torna semelhante a Deus que é o Sumo Bem. Aqueles que são egoístas e acabam praticando o mal não são felizes nem nesta vida e nem na outra.
Há dois tipos de riqueza. Uma que se volta para o egoísmo humano, levando o homem à morte e outra que se volta para Deus no sentido de se colocar todos os dons recebidos na prática do bem e da justiça. Uma é a riqueza falsa e a outra a verdadeira. A falsa leva o homem a fechar-se dentro de si e a verdadeira leva a partilha dos bens espirituais e materiais tornando a pessoa verdadeiramente rica diante de Deus. O consumismo que nos consome é o grande perigo que nos pode envenenar especialmente a partir das mentiras transmitidas pela mídia.
Muitas vezes a riqueza material foi associada à felicidade. Muitos homens e mulheres passaram sua vida se preocupando em acumular bens. O fato mais marcante é que estas pessoas não são recordadas mais na história. Seus nomes foram apagados. Seu projeto de vida se voltava para si mesmo. Podemos perceber também que muitas dessas pessoas souberam direcionar os seus bens para fazer caridade e ajudar os necessitados encontrando um sentido novo para suas vidas. Estas pessoas são sempre recordadas com carinho. Vemos na história da Igreja muitos santos que eram donos de grandes posses e através da partilha encontraram uma comunicação profunda com o Senhor e felicidade de se doar aos irmãos. Daí podemos deduzir que não é o “ter” o problema, mas sim o direcionamento que se dá para os bens transitórios. Eles ao serem partilhados poderão ser meios eficazes de salvação.
Quando somos ricos para nós mesmos, impedimos o alcance da verdadeira felicidade. Quando somos ricos para Deus, ou seja, nos assemelhamos a Ele na prática do Bem, estamos construindo a nossa felicidade que acontece sempre na vivência da solidariedade numa visão comunitária de nossa existência. O problema é a finalidade que damos as coisas materiais que não são o fim último de nossa vida.
Os bens materiais vão se tornar relativos em relação ao sentido que atribuímos a eles. Devemos ter um bom planejamento de vida. Saber economizar e gastar naquilo que é essencial. Devemos vencer o consumismo que nos leva a procurar pequenas alegrias que cobrem a busca do que realmente nos realiza.
Ser rico diante de Deus é estar sempre com o olhar voltado para os verdadeiros valores tendo como ideal se servir de tudo o que temos para que todos sejam felizes. Se as pessoas soubessem repartir mais não haveria tanta necessidade e todos seriam mais felizes.
A partilha é essencial para nossa realização. Ela deve acontecer tanto no sentido espiritual como no material. Deus nos deu muitos dons e condições de ajudarmos a todos que estão conosco. Tudo o que recebemos deve ser colocado para Ele. Todos os dias devemos perguntar: Senhor em que posso servi-lo?
Gostaria de contar uma pequena história que representa o que vai nos acontecer quando nos encontrarmos com o Senhor. No momento em que somos gerados Deus nos dá uma pequena mala que só pode ser preenchida com o bem que vamos realizando a cada passo de nossa vida. Quando vamos ao encontro do Senhor no final de nossa vida abrimos esta mala diante de Deus e conforme o seu conteúdo iremos morar para sempre com Ele na eternidade. Se esta malinha estiver cheia de atos de bondade iremos viver para sempre com Deus e seremos infinitamente felizes. Nada neste mundo pode ser comparado com que o Senhor nos preparou.
Não queremos que no final de nossa vida vejamos para nossa história e percebamos que nada ficou para auxiliar os que necessitavam de nossa ajuda. Vamos tomar agora esta decisão de fazermos o bem e evitarmos o mal.

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"Senhor Jesus venha em nosso auxílio para que possamos saber administrar o nosso tempo a fim de sermos ricos na partilha de nossos bens”.




segunda-feira, 18 de julho de 2016

A ORAÇÃO PERSEVERANTE


 

“CHEGAREMOS A SANTIDADE POR MEIO DE UMA ORAÇÃO PERSEVERANTE QUE AOS POUCOS NOS ABRE PARA DEUS”.

Segundo Santa Teresa a oração é um trato de amizade com aquele que sabemos que nos ama. A oração do Pai Nosso, ensinada pelo próprio Jesus, tem um significado essencial para a nossa vivência cristã. Ela se refere ao relacionamento profundo com o Pai, comum a todos os viventes, e com os nossos irmãos dentro de uma realidade. Esta oração passa ser uma fórmula de santificação para os que se sensibilizam com a realidade do imenso amor que Deus sente por cada pessoa humana. A nossa santificação é um processo de aceitação da vontade de Deus em nossa vida. Um santo que não reza se torna um pecador. Um pecador que reza se torna um santo.

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EVANGELHO (Lc 11, 01-13):

Jesus estava rezando num certo lugar. Quando terminou, um de seus discípulos pediu-lhe: “Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou a seus discípulos”. Jesus respondeu: “Quando rezardes, dizei: ‘Pai, santificado seja o teu nome. Venha o teu reino. Dá-nos a cada dia o pão de que precisamos, e perdoa-nos os nossos pecados, pois nós também perdoamos a todos os nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação’”. E Jesus acrescentou: “Se um de vós tiver um amigo e for procurá-lo à meia-noite e lhe disser: ‘Amigo, empresta-me três pães, porque um amigo meu chegou de viagem e nada tenho para lhe oferecer’, e se o outro responder lá de dentro: ‘Não me incomodes! Já tranquei a porta, e meus filhos e eu já estamos deitados; não me posso levantar para te dar os pães’; eu vos declaro: mesmo que o outro não se levante para dá-los porque é seu amigo, vai levantar-se ao menos por causa da impertinência dele e lhe dará quanto for necessário. Portanto, eu vos digo pedi e recebereis; procurai e encontrareis; batei e vos será aberto. Pois quem pede, recebe; quem procura, encontra; e, para quem bate, se abrirá. Será que algum de vós que é pai, se o filho pedir um peixe, lhe dará uma cobra? Ou ainda, se pedir um ovo, lhe dará um escorpião? Ora, se vós que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do céu dará o Espírito Santo aos que o pedirem!”


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“Vós que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do céu dará o Espírito Santo aos que o pedirem!”
Jesus deu exemplo para seus discípulos da necessidade da oração. Um deles pediu algo de suma importância: “Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou a seus discípulos”. Deste pedido nasce a oração que muitas vezes rezamos que foi intitulada através da história como “Pai Nosso”. É muito difícil para nós descobrirmos o conteúdo das orações que Jesus fazia sendo ele verdadeiro Deus e verdadeiro homem. A sua atitude era de escuta interior do que o Pai lhe pedia. Jesus vivia a perfeita contemplação do que era a vontade do Pai. Não iremos atingir o nível de oração que Jesus viveu, mas temos que seguir seu exemplo para concretizarmos a vontade de Deus em nossas vidas.
O mundo sofre pela falta de oração. Podemos afirmar que todos os sofrimentos presentes no mundo são por falta de uma verdadeira comunicação com Deus. O mundo seria diferente se todas as pessoas se voltassem para a oração. A Igreja enfrenta sérios problemas porque os seus elementos, muitas vezes se preocupam com grandes planos pastorais, mas não se voltam para a oração. Os grandes problemas pastorais e a falta de vocações só poderão encontrar solução na oração confiante ao Senhor.
“A oração é um diálogo de amizade com aquele que sabemos que nos ama”. Esta é a definição clássica da oração que Santa Teresa de Jesus nos deixou. A palavra amizade é fundamental, pois ela vai se unir a humildade e a perseverança. Para louvarmos a Deus ou pedirmos algo a Ele precisamos estar revestidos de uma verdadeira humildade e perseverarmos em meio as tribulações que são inerentes na vida dos que querem concretizar a vontade de Deus em suas vidas. Devemos nos considerar iguais a todos no nível de amor que Deus sente pelos seus filhos. Quando tratamos Deus de Pai, um pai íntimo que participa de nossa vida e nos quer bem; estamos tentando entender que somos amados e que esta vida é uma preparação para a eternidade. O que caracterizou a vida dos santos não foi o fato deles nunca terem errado, mas sim de se tornarem sensíveis ao amor de Deus.
 Após ensinar a oração do Pai Nosso Jesus insiste na necessidade de pedirmos sempre com perseverança. Devemos pedir sempre, especialmente a graça da nossa conversão. Pedir ao Senhor que seu Plano se realize em nossa vida. Devemos nos colocar a disposição do Senhor: Em que posso servi-lo? Esta deve ser o questionamento diário que devemos fazer antes de qualquer atividade do dia.
Nesta passagem do Evangelho, Jesus vai traçando um crescendo sobre o que é mais fundamental para ser pedido a Deus chegando a um ponto máximo: “Ora, se vós que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do céu dará o Espírito Santo aos que o pedirem!”
Por que Jesus fala em pedir o Espírito Santo? Ele nos dá condições de sabermos o sentido mais profundo de nossa existência. O Espírito Santo nos ensina a viver e concretizar o amor em nossa vida. Indica-nos o caminho que facilita a nossa santificação que é a coincidência da nossa vontade com a Vontade de Deus. Por esta razão a oração passa a ser um instrumento fundamental para a nossa salvação e uma forma de sabermos o que Deus deseja de nós e termos força para concretizar a sua vontade em nossa vida concreta.

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"Nós lhe pedimos Senhor Deus que envieis sobre nós o vosso Espírito para sabermos o que é essencial em nossa vida”.



segunda-feira, 11 de julho de 2016

Marta e Maria

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“A ORAÇÃO TEM COMO CONSEQUÊNCIA UMA AÇÃO LIBERTADORA INTEGRAL”.

A experiência de Deus sempre inclui o conhecimento do que Ele deseja de nós na contemplação. Após esta experiência que nos leva ao verdadeiro conhecimento do plano de Deus, somos convidados a concretizar em nossa vida os seus valores. O grande desafio que sentimos em nossa vida cristã vem após a nossa experiência de Deus. Esta experiência começa com uma vida de oração como um trato de amizade com o Senhor. Como conciliar a contemplação com a ação? Vemos nas duas personagens Marta e Maria, amigas de Jesus, que tanto uma como a outra estavam certas e as duas devem andar de braços dados para crescerem no amor de Deus e do próximo. A oração deve fortalecer nossa ação que deve fortalecer nossa oração. Uma influencia na outra e crescemos integralmente.

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EVANGELHO (Lc 10, 38-42):
Naquele tempo, Jesus entrou num povoado, e certa mulher, de nome Marta, recebeu-o em sua casa. Sua irmã, chamada Maria, sentou-se aos pés do Senhor, e escutava a sua palavra. Marta, porém, estava ocupada com muitos afazeres. Ela aproximou-se e disse: “Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha, com todo o serviço? Manda que ela me venha ajudar!” O Senhor, porém, lhe respondeu: “Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitadas por muitas coisas. Porém, uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada”.

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“Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada”.

Há um grande desafio entre o ser e fazer. Entre atividade e ativismo. Atividade é fruto da experiência e o ativismo é fruto da fuga de nós mesmos. O seguimento de Jesus não é um seguimento ideológico ou partidário. Envolve uma postura de vida. Não seguimos a Cristo pela nossa razão, embora ela seja um instrumento necessário. Seguimos pelo amor e a amizade que sentimos por Ele. A experiência de Deus precisa ser cultivada em nossa vida. Não existe nada pronto tudo passa por um processo. Por esta razão o grande inimigo da vida contemplativa e ativa é o “imediatismo” que nos leva a atitudes precipitadas que muitas vezes vão contra nossa própria vontade. Ele é o grande vilão que tenta destruir o processo de relacionamento nosso com a Santíssima Trindade.
Jesus repreende Marta pela sua atitude mais preocupada com o fazer do que com o ser. Apesar de que se ela não estivesse trabalhando eles não poderiam fazer a refeição. O trabalho deve ser o complemento da experiência de amor. Deve nos levar a dignidade de filhos de Deus. Nós cristãos nos perdemos em ações que muitas vezes não são transformadoras de nossa vida e nem de nossos irmãos porque não cultivamos o valor da contemplação e da oração. A teologia não pode ser transformada em ideologia. A sua base deve ser a Mística. A razão precisa nos levar ao amor e ao processo de conversão, pelo contrário nos desvia da realidade.
A verdadeira ação é produto da escuta do Senhor. Estamos em um mundo cheio de velocidade e dinamismo. Os meios de comunicação e de transporte se aperfeiçoam cada vez mais para que o homem possa chegar mais rápido e com melhores resultados ao que ele busca (o problema é a resposta a esta busca). O tempo e o espaço devem ser superados a qualquer custo. Na realidade estamos muito longe de nosso coração, pois estamos atravessando uma “crise mundial de afetividade”. Esta crise se entende na sua relação com Deus, consigo mesmo e com seus semelhantes. Nunca o homem esteve tão distante de si mesmo como hoje com esta aparente evolução.
O fato de Maria estar escutando a Jesus nos surpreende especialmente a reclamação que Jesus faz em relação à Marta que se encontra muito atarefada. Como Jesus conhece os corações, certamente sabia que Marta necessitava mais de contemplação do que de ação. Era justamente o que Maria estava fazendo.
Podemos ir um pouco mais adiante neste fato e tentarmos imaginar como seria a vida concreta de Maria em relação à Marta? Certamente ela teria mais condições de enfrentar as situações de seu dia a dia de uma forma mais clara e tranquila do que Marta que necessitava de maior escuta.
Hoje estamos carentes de escuta da Palavra de Deus. Preocupamo-nos em conhecer a ela, ou nem isto, nos perdemos em ações e reuniões não nos recordando que esta Palavra é vida. Ela precisa passar pelo nosso coração. A exegese sem a mística se torna vazia.
A contemplação deve complementar a ação e vice versa. Quando rezamos sabemos exatamente o que o Senhor quer de nós. A oração humilde é um processo de redescoberta de nossa identidade muitas vezes perdida pelo excesso de ativismo.

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"Senhor Jesus, ajuda-nos a viver a vida de oração ligada ao que vivemos em nossa vida concreta”.