segunda-feira, 26 de outubro de 2015

SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS E FIÉIS FALECIDOS


“OS SANTOS SÃO OS AMIGOS FORTES DE DEUS QUE INTERCEDEM POR NÓS”.

Neste próximo domingo celebramos a festa de todos os santos da Igreja. É a nossa festa antecipada. Pela graça de Deus estaremos todos um dia na Glória. Iremos viver a alegria permanente do eterno convívio com aqueles que procuraram ser fiéis ao que o Senhor lhes pediu. A santidade consiste na descoberta e na concretização da vontade de Deus em nossa vida. É uma busca constante de estabilidade no amor na constante instabilidade da vida. É o grande desafio de se obedecer a Deus na humildade da Fé.
Estamos dentro de um mundo fortemente marcado pelo individualismo. Quem busca a santidade busca a fraternidade vivendo no altruísmo. Dividindo sua vida com a vida dos irmãos. Em meio a tudo isto: o que significa ser santo? Os santos podem interceder por nós que peregrinamos neste mundo em direção a eternidade?
Santo é toda pessoa que está no convívio com Deus na eternidade. Existe um grande número de santos que não foram canonizados. A Igreja canoniza somente 0,01% dos cristãos que faleceram. Considerando eles como modelo e intercessores para os cristãos que estão na Igreja Peregrina. Após um longo processo de beatificação e canonização, com a confirmação dos milagres de forma científica, determinado cristão é canonizado pelo Santo Padre o Papa. A partir deste momento podemos pedir graças por meio desta pessoa, pois são grandes amigos de Jesus. Há muita confusão em outras confissões religiosas que acham que nós católicos adoramos os santos. O que na realidade não é verdade. Temo-los como intercessores no Céu. Eles já foram provados definitivamente na Fé e hoje por estarem na Glória de Deus rezam por nós que ainda estamos nesta instabilidade da vida.
A Igreja tem uma visão comunitária da fé. Não nos salvamos e não nos condenamos sozinhos. Quando alguém, por meio da Graça de Deus, se santifica passa a ajudar aos seus irmãos a se santificarem. Isto se pode perceber claramente na Sagrada Escritura em seus grandes personagens, mesmo no Antigo Testamento.
A mãe de Jesus é a grande intercessora que foi-nos dada por Ele no momento crucial que dava a sua vida para nos salvar (Jo 19, 25-27). Maria quer que todos se salvem por saber da maravilha de se estar constantemente na presença de Deus.
Buscar a santidade é buscar a concretização dos valores do Evangelho em nossa vida numa constante tentativa de se fazer o bem e evitar o mal. O mundo individualista precisa ser recheado com o amor de Deus que é passado pelas pessoas virtuosas que procuram amar a todos sem exceção.
Santidade é a busca constante da estabilidade no amor na constante instabilidade da vida. Não temos nesta existência uma vida plana, somos limitados. Temos a certeza que Deus nos ama acima de nossas limitações. Devemos nos empenhar em direcionar nossa liberdade na aceitação da vontade de Deus. Sermos seus amigos fortes. Estamos todos em um processo de conversão. O imediatismo presente em nossa sociedade é prejudicial para a vivência cristã porque faz que valorizemos os bens temporais acima dos bens eternos.
Nenhum santo foi reconhecido pela sociedade quando estava neste mundo, mas isto não nos deve desanimar na prática do bem. Devemos nos animar e lutar para que este mundo seja melhor através do amor, da justiça e da solidariedade que são a essência do Evangelho.


 


“ESTA VIDA NOS PREPARA PARA A VIDA DEFINITIVA”.

No dia dois de novembro celebramos a memória de todos os fiéis falecidos. São todos os irmãos que já foram para eternidade, que já cumpriram com sua trajetória limitada nesta vida. Ela é o maior dom que recebemos do Criador. Vamos rezar pelos nossos falecidos. Podemos aproveitar este dia para alcançarmos a graça da Indulgência Plenária em favor de algum falecido.
A nossa existência é um grande mistério de amor. Estamos neste mundo para amar e servir a Deus e aos nossos irmãos. Encontramos o sentido de nossa vida na prática do bem e no evitar o mal. A morte física é um filtro muito importante que sempre deve questionar nossas atitudes: o que estamos fazendo com o tempo mortal que Deus está nos dando? Ela nos ajuda a perceber que a maioria das pessoas se acostuma a mentir para elas mesmas se esquecendo que tudo passa. As vaidades do mundo caem por terra diante da realidade da morte. Para o que vale a fama? As honras e títulos do mundo se tudo passa e logo não estaremos mais neste mundo?
A maioria das pessoas que pensam sobre a morte sentem certa insegurança. O que aconteceu com esta pessoa íntima que conviveu várias vezes comigo? O que vem depois desta vida? Será que vamos continuar existindo depois desta existência terrena?
Durante a história o homem sempre tentou encontrar respostas para estes questionamentos. Alguns quiseram dizer que depois desta nossa existência reencarnamos. Outros afirmavam que os diversos deuses tomariam conta da pessoa enquanto o seu cadáver estivesse incorrupto etc. Foram surgindo muitas idéias sobre a vida após a morte. Até o dia em que um homem que foi crucificado (morreu certamente); aparece para os seus amigos depois de três dias de seu sepultamento. O curso da história mudou após a ressurreição de Jesus Cristo. A partir deste momento, através do testemunho de seus amigos (apóstolos), temos a certeza de que nós também iremos ressuscitar após esta vida.
O cristianismo não é uma ideia ou uma teoria, é um fato histórico que mudou o pensamento sobre a vida após a morte. Após o dia de Pentecostes, os apóstolos começaram a anunciar o grande conteúdo da fé cristã: Jesus está vivo e ressuscitado.
Cristo deixou uma fórmula para o nosso processo de ressurreição que é a prática do bem vivendo em profundidade o mandamento do amor que sempre será um grande desafio para quem vive neste mundo.
Esta existência que estamos vivendo é uma “segunda gestação” que nos prepara para a vida definitiva. Deus não nos criou para a morte, mas para a vida. Ele é que nos salva e nos santifica. Devemos fazer o possível para correspondermos à graça de Deus para progredirmos em nosso processo de ressurreição. Nesta vida devemos nos preocupar com a nossa conversão concretizando em nossa vida o que o Senhor nos pede.
É necessário que neste dia de finados rezemos pelos nossos falecidos. A Igreja nos concede o dom da indulgência plenária para quem vai ao cemitério ou a uma igreja rezar na intenção do Santo Padre o Papa uma oração que pode ser um Creio, um Pai Nosso e uma Ave Maria. Junto é necessária a Confissão e a Santa Missa com comunhão conforme a Igreja nos prescreve. Você poderá oferecer esta oração pela salvação de uma alma que esteja no purgatório e esta pessoa irá ter a salvação imediata. É evidente que para que isto aconteça se faz necessário que estejamos em estado de graça. Com confissão e celebração da eucaristia.
Recomendamos a leitura do capítulo 15 da primeira carta de São Paulo aos Coríntios. Todo ele fala sobre a ressurreição.


segunda-feira, 19 de outubro de 2015

CURA DO CEGO BARTIMEU


“PARA SERMOS CURADOS POR JESUS PRECISAMOS PERSEVERAR NA FÉ”.

O ato de fé exige que superemos nosso próprio egoísmo. O cego de Jericó é curado por Jesus. Soube superar-se para receber a graça de ser curado. Nós somos peregrinos nesta vida e a fé nos ajuda a descobrir o que Deus quer de nós. Somos convidados a sairmos de nossa cegueira para concretizarmos a vontade de Deus em nossa vida. O amor verdadeiro é provado na superação de nossa pequena vontade em favor da verdadeira realização para a qual fomos criados. A pior cegueira é aquela que nos faz ver as coisas do mundo acima das coisas de Deus.



EVANGELHO (Mc 10, 46-52):

Naquele tempo, Jesus saiu de Jericó, junto com seus discípulos e uma grande multidão. O filho de Timeu, Bartimeu, cego e mendigo, estava sentado à beira do caminho. Quando ouvir dizer que Jesus, o Nazareno, estava passando, começou a gritar: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!” Então Jesus parou e disse: “Chamai-o”. Eles o chamaram e disseram: “Coragem, levanta-te, Jesus te chama!” O cego jogou o manto, deu um pulo e foi até Jesus. Então Jesus lhe perguntou: “O que queres que eu te faça?” O cego respondeu: “Mestre, que eu veja!” Jesus disse: “Vai, a tua fé te curou”. No mesmo instante, ele recuperou a vista e seguia Jesus pelo caminho.


“O que queres que eu te faça? O cego respondeu: Mestre, que eu veja! Jesus disse: Vai, a tua fé te curou”.

Esta passagem do evangelho é cheia de significado para nós. Percebemos, em primeiro lugar, a auto superação do cego. Mesmo diante das críticas das pessoas que estavam ao seu lado, ele é movido por uma força interior que lhe diz que Jesus é capaz de lhe curar de sua cegueira interior e exterior. Aí percebemos que precisamos criar uma forte motivação para sermos salvos. Lutar contra nossas limitações para vivermos o que o Senhor nos pede. Ele quer a nossa verdadeira realização. Não só nos bens temporais, mas em primeiro lugar nos bens eternos. Por esta razão percebemos que a preocupação de Jesus está ligada mais a fé do cego do que de sua deficiência física.
A situação do cego é muito semelhante a situação que vivemos hoje. Precisamos dar o primeiro passo para nossa conversão em favor da Graça de Deus que sempre quer nos levar ao encontro do eterno. Não podemos ouvir as falas que dos que estão ao nosso lado que muitas vezes nos impedem de darmos o passo decisivo para nossa santificação.
A confiança na cura, a fé como aceitação real do amor de Deus nos faz superar nossas limitações. O cego pede para Jesus a graça de “ver”. A visão não só física, mas a visão do amor que Deus tem pelas suas criaturas. Nós até podemos ter boa visão exterior, mas podemos estar cegos na visão interior da realidade sobrenatural de nossa existência. Quando nos entregamos a Deus sem nenhuma restrição somos curados de todos os males. A nossa parte física até não é tão importante como a nossa consciência de que somos amados pelo nosso Criador, a grande realidade de que Deus não se esquece de suas criaturas.
A fé está associada a nossa entrega e ao nosso processo de perdão. Muitas vezes nos acusamos de nossas próprias faltas. Somos nossos próprios acusadores e nos esquecemos que Deus nos ama como somos e que devemos nos recuperar a partir de seu amor. A maioria das pessoas é doente por não se reconhecerem amadas.
A cegueira pode ser o estar de acordo com a maioria que se afasta dos princípios fundamentais da vida. Hoje estamos sendo dominados pelas imagens e pelas vozes que nos jogam para trás do objetivo de nossa vida. Estamos sendo seduzidos pelo transitório. Quando somos movidos pela fé somos capazes de vencer todos os obstáculos que surgem em nossa vida para irmos ao essencial. Quando amamos de verdade somos uma bomba de força que jamais poderá ser detida.
O ato de fé do cego fez que Jesus parasse e realizasse o milagre. Podemos perceber que Deus está sempre a nossa disposição se formos conscientes em relação ao essencial. O comodismo não nos leva a nada. Precisamos fazer sempre o que o Senhor nos pede, sairmos de nós mesmos para nos superarmos. O desafio de nossa vida consiste em não nos conformarmos com nossa condição. Devemos sempre lutar pelo melhor e pela prática do bem dentro da comunidade.


“Senhor Jesus aumentai a nossa fé para sermos curados da cegueira de nosso egoísmo”.




segunda-feira, 12 de outubro de 2015

O MAIOR É O QUE SERVE MAIS

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“A RESPONSABILIDADE MAIOR CABE AO QUE SERVE MAIS”.

O mês de outubro é dedicado as missões, especialmente neste próximo domingo em que rezamos e fazemos nossa doação aos missionários que são verdadeiros heróis na divulgação da Boa Nova de Cristo. O conceito de missão e de missionário está mudando devido aos grandes desafios que se apresentam em nossa sociedade. Hoje devemos evangelizar os evangelizados. Anunciar o Cristo vivo aos que ainda não tem uma fé que brota de uma experiência interior. O santo batismo que recebemos nos compromete com uma vida de expansão do Reino de Deus em todos os locais aonde Jesus Cristo ainda não é conhecido.




EVANGELHO (Mc 10, 35-45):

Naquele tempo, Tiago e João, filhos de Zebedeu, foram a Jesus e lhe disseram: “Mestre, queremos que faças por nós o que vamos pedir”. Ele perguntou: “O que quereis que eu vos faça?” Eles responderam: “Deixa-nos sentar um à tua direita e outro à tua esquerda, quando estiveres na tua glória!” Jesus então lhes disse: “Vós não sabeis o que pedis. Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber? Podeis ser batizados com o batismo com que eu devo ser batizado?” Eles responderam: “Podemos”. E ele lhes disse: “Vós bebereis o cálice que eu devo beber, e sereis batizados com o batismo com que eu devo ser batizado. Mas não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou à minha esquerda. É para aqueles a quem foi reservado”. Quando os outros dez discípulos ouviram isso, indignaram-se com Tiago e João. Jesus os chamou e disse: “Vós sabeis que os chefes das nações as oprimem e os grandes as tiranizam. Mas, entre vós, não deve ser assim: quem quiser ser grande, seja vosso servo; e quem quiser ser o primeiro, seja o escravo de todos. Porque o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos”.

“Quem quiser ser grande, seja vosso servo; e quem quiser ser o primeiro, seja o escravo de todos. Porque o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos”.

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O trabalho solidário faz parte essencialmente da vida do cristão. Como cristãos não buscamos “lucro” ou grandes vitórias apoteóticas. Estamos a serviço do Senhor em todas as circunstâncias de nossa vida. Não importa o nosso cargo e o que fazemos, mas sim o “como fazemos”. Para sermos grandes deveremos ser os servos de todos. Parece que esta afirmação não interessa muito em um mundo de competição onde as relações comerciais sufocam tremendamente as relações de fraternidade e solidariedade. Seremos felizes se nossa vida estiver construindo a felicidade de nossos irmãos. A ideia de Cristo não bate com a lei daqueles que querem levar vantagem em tudo. Somos felizes obedecendo a Deus e ajudando as outras pessoas a fazerem o mesmo. O missionário é aquela pessoa apaixonada por Cristo e pelo seu Reino. Por causa desta grande alegria interior quer levar os outros a viverem a paz interior.
Quando seguimos a Cristo de verdade somos convidados por ele a beber seu cálice. O que será que isto significa para nós? Vamos passar pelo desprezo do mundo, pela solidão do seguimento, aparentemente seremos derrotados várias vezes. O que irá nos guiar é a luz do amor de Deus que sentimos no fundo de nosso coração. É esta luz que deve ser o referencial de nossa vida. A felicidade que Deus nos transmite é muito maior que as alegrias momentâneas que alimentam a sociedade moderna. Somos desafiados a olhar para dentro de nosso coração e sairmos de nosso próprio egoísmo. Aqui neste mundo não vamos encontrar nada permanente. Ele está reservado para nós no Céu.
O serviço do cristão acontece dentro da humildade e da fé. Somos simples instrumentos do verdadeiro “Dínamo” que produz amor e felicidade. Todo cristão batizado é missionário. O nosso batismo é um compromisso de entrega ao amor de Deus que se expande em nossa vida. Somos convidados a transmitir as verdades fundamentais de nossa fé a todas as pessoas que nos encontrarmos especialmente pelo nosso testemunho. Os cristãos devem ser reconhecidos pela alegria de ter encontrado o amor de Deus em seus corações e devem anunciar este amor a todos, inclusive aos que já são batizados.

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 “Fazei Senhor Jesus que possamos nos sentir evangelizadores de nossos irmãos a partir da alegria de nossa experiência convosco”.




segunda-feira, 5 de outubro de 2015

VALOR DAS COISAS QUE NÃO PASSAM


“SOMOS FELIZES QUANDO NOS DESPOJAMOS DAQUILO QUE NÃO É PERMANENTE”.


O despojamento se faz necessário para os que querem se adentrar no seguimento de Jesus. Ele se caracteriza por uma entrega total ao Reino de Deus. Quando somos batizados nos consagramos a Deus para buscarmos constantemente a sua Vontade. Estamos sempre em processo de conversão: descobrir o que Deus quer de nós e tentar concretizar o que Ele nos pede em nossa vida concreta. O jovem rico não teve coragem de deixar de lado os bens materiais para seguir a Cristo. Devemos ter coragem de buscarmos o essencial de nossas vidas para alcançarmos os bens eternos. A nossa vida é feita de opções. Sempre devemos buscar aquilo que não passa que são os bens eternos em detrimento dos bens materiais que são somente instrumentos para fazermos o bem durante esta vida mortal.


EVANGELHO (Mc 10, 17-30):

Naquele tempo, quando Jesus saiu a caminhar, veio alguém correndo, ajoelhou-se diante dele e perguntou: “Bom mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna?” Jesus disse: “Por que me chamas de bom? Só Deus é bom, e mais ninguém. Tu conheces os mandamentos: não matarás; não cometerás adultério; não roubarás; não levantarás falso testemunho; não prejudicarás ninguém; honra teu pai e tua mãe!” Ele respondeu: “Mestre, tudo isto tenho observado desde a minha juventude”. Jesus olhou para ele com amor e disse: “Só uma coisa te falta: vai, vende tudo o que tu tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me!” Mas, quando ele ouviu isto, ficou abatido e foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico. Jesus então olhou ao redor e disse aos discípulos: “Como é difícil para os ricos entrar no reino de Deus!” Os discípulos se admiraram com estas palavras, mas ele disse de novo: “Meus filhos, como é difícil entrar no reino de Deus! É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus!” Eles ficaram muito espantados ao ouvirem isto e perguntavam uns aos outros: “Então, quem pode ser salvo?” Jesus olhou para eles e disse: “Para os homens isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus tudo é possível”. Pedro então começou a dizer-lhe: “Eis que nós deixamos tudo e te seguimos”. Respondeu Jesus: “Em verdade vos digo, quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, campos, por causa de mim e do evangelho, receberá cem vezes mais agora, durante esta vida – casa, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições – e, no mundo futuro, a vida eterna”.


“Só uma coisa te falta: vai, vende tudo o que tu tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me!” Mas, quando ele ouviu isto, ficou abatido e foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico.

Nos escritos de São João da Cruz encontramos o despojamento como pré-requisito para os que querem seguir a Cristo até o ponto de sentirmos Deus dentro de nós. Nesta passagem do evangelho o jovem rico sai triste do encontro com Jesus, porque não conseguiu dar o passo seguinte daquilo que nem era tão importante para sua felicidade e quem sabe para milhares de pessoas que estavam dependendo de sua decisão. Percebemos que São Francisco fez justamente o contrário e o maior testemunho que dava, a ponto de converter seus companheiros, era da alegria da santa pobreza. Não é uma simples pobreza material, mas é o despojamento e o saber aproveitar das coisas materiais para fazer o bem. Esta é a grande ciência dos que querem ser felizes nesta vida. Quem obedece a Deus experimenta uma alegria nunca vista pelo mundo.
Percebemos que a “pregação” da nossa sociedade através da grande mídia vai contra a realidade do despojamento. O que importa é o momento de alegria, o futuro e as coisas interiores são abafadas pelas relações comerciais. A cruz é sinal de derrota e não de vitória. Para piorar a situação, muitas religiões ainda justificam as pessoas que querem uma prosperidade e satisfação momentânea fugindo do mistério da cruz.
Enquanto somos movidos pelos nossos apegos não encontramos a raiz da verdadeira felicidade. Como é triste sermos amados por Deus e não reconhecermos o seu olhar em nossa vida. Quando cultivamos a presença de Deus em nossa vida através da santa humildade nos tornamos novas criaturas.
As pessoas hoje criam “substitutivos alienantes” para sua própria vida. Desde todo tipo de droga que causa dependência e escravidão como uma falsa religiosidade que vão de acordo com o egoísmo humano. O caminho de Jesus é sempre questionador e nos leva obrigatoriamente à conversão. O vinagre do bem não se mistura com o azeite do mal. As coisas de Deus são bem mais difíceis e misteriosas para nós. Podemos afirmar que quando estamos fazendo a vontade de Deus enfrentamos muitas dificuldades e tribulações. Inclusive devemos lutar contra nós mesmos. Este é o sintoma de que estamos certos. Existem hoje muitas pregações que falam de um falso cristo da prosperidade material, da sorte ou da reencarnação.
Precisamos de muita coragem para vencer a nós mesmos e experimentarmos concretamente em nossa vida o quanto é bom seguir a Cristo na cruz e na ressurreição. Cada momento ou processo de conversão que passamos surge um outro desafio que nos torna mais fortes e mais felizes para seguirmos em frente. Não podemos ter medo de sermos felizes. Não podemos ter medo de responder sim a Jesus. Deixar do que não é permanente para abraçarmos o que vai permanecer.
Se este jovem tivesse renunciado as coisas passageiras, provavelmente seria um dos discípulos de Jesus. Infelizmente ele ficou conhecido com o adjetivo de jovem rico. Um jovem como tantos outros que não souberam deixar as coisas passageiras para seguir a Cristo. Como acontece hoje de termos tantos jovens manipulados pela grande mídia. Procuram ser felizes do modo errado. Os cristãos tem uma grande responsabilidade de transmitir a eles aquilo que é verdadeiro e não passa. Vamos convencê-los a partir da alegria profunda que sentimos por só depender de Deus.
Jesus nos promete que se deixarmos o nada por ele receberemos o Tudo da alegria de vivermos sempre na sua presença.



“Senhor Jesus Cristo ajudai-nos a nos desprender do que não tem sentido em nossa vida para podermos experimentar a verdadeira alegria de estar sempre convosco”.