segunda-feira, 28 de outubro de 2013

COMEMORAÇÃO DOS FIÉIS DEFUNTOS E DE TODOS OS SANTOS



“ESTA VIDA NOS PREPARA PARA A VIDA DEFINITIVA”.

No dia dois de novembro celebramos a memória de todos os fiéis falecidos. São todos os irmãos que já foram para eternidade, que já cumpriram com sua trajetória limitada nesta vida. Ela é o maior dom que recebemos do Criador. Vamos rezar pelos nossos falecidos. Podemos aproveitar este dia para alcançarmos a graça da Indulgência Plenária em favor de algum falecido.
A nossa existência é um grande mistério de amor. Estamos neste mundo para amar e servir a Deus e aos nossos irmãos. Encontramos o sentido de nossa vida na prática do bem e no evitar o mal. A morte física é um filtro muito importante que sempre deve questionar nossas atitudes: o que estamos fazendo com o tempo mortal que Deus está nos dando? Ela nos ajuda a perceber que a maioria das pessoas se acostuma a mentir para elas mesmas se esquecendo que tudo passa. As vaidades do mundo caem por terra diante da realidade da morte. Para o que vale a fama? As honras e títulos do mundo se tudo passa e logo não estaremos mais neste mundo?
A maioria das pessoas que pensam sobre a morte sentem certa insegurança. O que aconteceu com esta pessoa íntima que conviveu várias vezes comigo? O que vem depois desta vida? Será que vamos continuar existindo depois desta existência terrena?
Durante a história o homem sempre tentou encontrar respostas para estes questionamentos. Alguns quiseram dizer que depois desta nossa existência reencarnamos. Outros afirmavam que os diversos deuses tomariam conta da pessoa enquanto o seu cadáver estivesse incorrupto etc. Foram surgindo muitas idéias sobre a vida após a morte. Até o dia em que um homem que foi crucificado (morreu certamente); aparece para os seus amigos depois de três dias de seu sepultamento. O curso da história mudou após a ressurreição de Jesus Cristo. A partir deste momento, através do testemunho de seus amigos (apóstolos), temos a certeza de que nós também iremos ressuscitar após esta vida.
O cristianismo não é uma idéia ou uma teoria, é um fato histórico que mudou o pensamento sobre a vida após a morte. Após o dia de Pentecostes, os apóstolos começaram a anunciar o grande conteúdo da fé cristã: Jesus está vivo e ressuscitado.
Cristo deixou uma fórmula para o nosso processo de ressurreição que é a prática do bem vivendo em profundidade o mandamento do amor que sempre será um grande desafio para quem vive neste mundo.
Esta existência que estamos vivendo é uma “segunda gestação” que nos prepara para a vida definitiva. Deus não nos criou para a morte, mas para a vida. Ele é que nos salva e nos santifica. Devemos fazer o possível para correspondermos à graça de Deus para progredirmos em nosso processo de ressurreição. Nesta vida devemos nos preocupar com a nossa conversão concretizando em nossa vida o que o Senhor nos pede.
É necessário que neste dia de finados rezemos pelos nossos falecidos. A Igreja nos concede o dom da indulgência plenária para quem vai ao cemitério ou a uma igreja rezar na intenção do Santo Padre o Papa uma oração que pode ser um Creio, um Pai Nosso e uma Ave Maria. Junto é necessária a Confissão e a Santa Missa com comunhão conforme a Igreja nos prescreve. Você poderá oferecer esta oração pela salvação de uma alma que esteja no purgatório e esta pessoa irá ter a salvação imediata. É evidente que para que isto aconteça se faz necessário que estejamos em estado de graça. Com confissão e celebração da eucaristia.
Recomendamos a leitura do capítulo 15 da primeira carta de São Paulo aos Coríntios. Todo ele fala sobre a ressurreição.




“OS SANTOS SÃO OS AMIGOS FORTES DE DEUS QUE INTERCEDEM POR NÓS”.




Neste próximo domingo celebramos a festa de todos os santos da Igreja. É a nossa festa antecipada. Pela graça de Deus estaremos todos um dia na Glória. Iremos viver a alegria permanente do eterno convívio com aqueles que procuraram ser fiéis ao que o Senhor lhes pediu. A santidade consiste na descoberta e na concretização da vontade de Deus em nossa vida. É uma busca constante de estabilidade no amor na constante instabilidade da vida. É o grande desafio de se obedecer a Deus na humildade da Fé.
Estamos dentro de um mundo fortemente marcado pelo individualismo. Quem busca a santidade busca a fraternidade vivendo no altruísmo. Dividindo sua vida com a vida dos irmãos. Em meio a tudo isto: o que significa ser santo? Os santos podem interceder por nós que peregrinamos neste mundo em direção a eternidade?
Santo é toda pessoa que está no convívio com Deus na eternidade. Existe um grande número de santos que não foram canonizados. A Igreja canoniza somente 0,01% dos cristãos que faleceram. Considerando eles como modelo e intercessores para os cristãos que estão na Igreja Peregrina. Após um longo processo de beatificação e canonização, com a confirmação dos milagres de forma científica, determinado cristão é canonizado pelo Santo Padre o Papa. A partir deste momento podemos pedir graças por meio desta pessoa, pois são grandes amigos de Jesus. Há muita confusão em outras confissões religiosas que acham que nós católicos adoramos os santos. O que na realidade não é verdade. Temo-los como intercessores no Céu. Eles já foram provados definitivamente na Fé e hoje por estarem na Glória de Deus rezam por nós que ainda estamos nesta instabilidade da vida.
A Igreja tem uma visão comunitária da fé. Não nos salvamos e não nos condenamos sozinhos. Quando alguém, por meio da Graça de Deus, se santifica passa a ajudar aos seus irmãos a se santificarem. Isto se pode perceber claramente na Sagrada Escritura em seus grandes personagens, mesmo no Antigo Testamento.
A mãe de Jesus é a grande intercessora que foi-nos dada por Ele no momento crucial que dava a sua vida para nos salvar (Jo 19, 25-27). Maria quer que todos se salvem por saber da maravilha de se estar constantemente na presença de Deus.
Buscar a santidade é buscar a concretização dos valores do Evangelho em nossa vida numa constante tentativa de se fazer o bem e evitar o mal. O mundo individualista precisa ser recheado com o amor de Deus que é passado pelas pessoas virtuosas que procuram amar a todos sem exceção.
Santidade é a busca constante da estabilidade no amor na constante instabilidade da vida. Não temos nesta existência uma vida plana, somos limitados. Temos a certeza que Deus nos ama acima de nossas limitações. Devemos nos empenhar em direcionar nossa liberdade na aceitação da vontade de Deus. Sermos seus amigos fortes. Estamos todos em um processo de conversão. O imediatismo presente em nossa sociedade é prejudicial para a vivência cristã porque faz que valorizemos os bens temporais acima dos bens eternos.
Nenhum santo foi reconhecido pela sociedade quando estava neste mundo, mas isto não nos deve desanimar na prática do bem. Devemos nos animar e lutar para que este mundo seja melhor através do amor, da justiça e da solidariedade que são a essência do Evangelho.



segunda-feira, 21 de outubro de 2013

O FARISEU E O PUBLICANO


 


 “HUMILDADE É ANDAR NA VERDADE”.

Santa Teresa de Jesus nos diz esta frase depois de sua longa experiência de vida no Carmelo. A virtude da humildade passa a ser a chave de nosso relacionamento com Deus. Por meio dela nos abrimos a Fé e passamos a desconfiar de nossas forças para confiarmos na força da Graça de Deus. Nós somos sujeitos a falhas como pessoas humanas, mas devemos sempre seguir em frente com nossa missão sem nunca desanimar. Quando somos humildes diante de Deus, estamos colocando a nossa confiança só em sua pessoa e deixamos nosso egoísmo em segundo lugar. Deixamos de lado nossos planos pessoais para absorvermos o que Ele quer de nós.



EVANGELHO (Lc 18, 09-14):

Naquele tempo, Jesus contou esta parábola para alguns que confiavam na sua própria justiça e desprezavam os outros: “Dois homens subiram ao templo para rezar: um era fariseu, o outro cobrador de impostos. O fariseu, de pé, rezava assim em seu íntimo: ‘Ó Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens, ladrões, desonestos, adúlteros, nem como este cobrador de impostos. Eu jejuo duas vezes por semana, e dou o dízimo de toda a minha renda’. O cobrador de impostos, porém, ficou à distância, e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu; mas batia no peito dizendo: ‘Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador!’ Eu vos digo: este último voltou para casa justificado, o outro não. Pois quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado”.



“Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador!”

O reconhecimento das suas limitações da parte do pecador, nesta passagem do evangelho, faz com que ele saia mais justificado da oração do que aquele que se considerava justo diante de Deus. Na realidade Deus não quer uma perfeição infértil de amor em nossa vida. Mesmo que tenhamos cometido muitas vezes grandes falhas. Se formos humildes iremos nos levantar e ver o bem que podemos fazer. Deus nos ama acima de nossas limitações. Ele sabe o quanto somos frágeis, mas deseja que todos participem de sua eterna felicidade.
A passagem do evangelho é muito semelhante a parábola do filho pródigo. Aquele que mais ama é o mais feliz. Deus quer ver a nossa motivação em fazer o bem e não as falhas que acontecem nos percalços de nossa vida. O que conta é a fonte das nossas intenções que está no fundo de nosso ser. Podemos até fazer boas coisas de forma aparente, mas elas podem não ser para nosso bem. São ações isoladas de nossa vida.
Reconhecer o que somos diante de Deus é fruto da verdadeira oração que deve fazer que nós cresçamos nas virtudes. A nossa vida não pode estar alienada da realidade do que somos. Quanto mais rezamos mais percebemos a presença amorosa de Deus que é infinitamente misericordioso.
A oração do fariseu estava recheada de orgulho e soberba. Ela nos transparece a independência de Deus Criador de todas as coisas que ama o justo e o pecador e quer que todos, sem exceção, façam parte de sua felicidade.
Não podemos nos culpar e nem nos exaltar, mas devemos entregar nossa vida a Deus. Devemos ter certeza de que Ele é o mais interessado pela nossa salvação. Na realidade quando nos comunicamos com Deus nos abrimos ao amor do próximo. A falta de oração no mundo é causadora de tantos males, porque o homem se afasta de seu princípio vital e segue seu caminho independente do que dá sentido a sua vida.
Quem se eleva será humilhado, porque jamais abrirá espaço para o fundamental. O orgulho nos afasta e nos impede a comunicação com Deus. A pessoa que procura praticar a humildade favorece a ação de Deus em sua vida. Irá procurar uma comunicação de amizade. A partir deste momento acontece a transformação da pessoa.
Se a oração do fariseu fosse verdadeira, ele se voltaria para o pecador e faria o possível para que ele mudasse de vida. Ele tentaria promover e ser solidário com o irmão. Tudo o que o Senhor nos dá não nos pertence, mas deve ser colocado na promoção solidária do outro. 




“Senhor, fazei que sejamos sempre humildes para aceitarmos o seu plano de amor em nossa vida”.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

ORAÇÃO CONTÍNUA


 


“A ORAÇÃO PERSEVERANTE É FONTE DE CRESCIMENTO NA FÉ”.

A oração nos aproxima mais da grande verdade: “Somos profundamente amados por Deus que nos criou para convivermos eternamente com Ele”. Devemos pedir e agradecer constantemente ao Senhor. Ele sabe das nossas necessidades mais profundas. O Evangelho da liturgia dominical nos propõe uma oração persistente e confiante. Ainda não estamos nos comunicando o suficiente com o nosso Criador. Por esta razão enfrentamos muitas dificuldades de relacionamento conosco mesmo e com nossos irmãos. Estamos passando por uma grande crise de afeto e relação interpessoal. Deus é amor e comunicação. Ele deseja que nós façamos parte de sua vida e de sua felicidade. Pedir com insistência é confiar que o Senhor irá realizar aquilo que for melhor para nós.


EVANGELHO (Lc 18, 01-08):

Naquele tempo, Jesus contou aos discípulos uma parábola, para mostrar-lhes a necessidade de rezar sempre, e nunca desistir, dizendo: “Numa cidade havia um juiz que não temia a Deus, e não respeitava homem algum. Na mesma cidade havia uma viúva, que vinha à procura do juiz, pedindo: ‘Faze-me justiça contra o meu adversário!’ Durante muito tempo, o juiz se recusou. Por fim, ele pensou: ‘Eu não temo a Deus, e não respeito homem algum. Mas esta viúva já me está aborrecendo. Vou fazer-lhe justiça, para que ela não venha a agredir-me!’” E o Senhor acrescentou: “Escutai o que diz este juiz injusto. E Deus, não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele? Será que vai fazê-los esperar? Eu vos digo que Deus lhes fará justiça bem depressa. Mas o Filho do homem, quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?”

 

“E Deus, não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele?”

Muitas vezes nos “queixamos” de que o Senhor não nos atende. Mas não percebemos que Ele sabe exatamente o que é melhor para nós. Devemos pedir sempre que o projeto d’Ele se concretize em nossa vida. Descobrir o que o Senhor quer de nós e ter a coragem de concretizar sua vontade em nossa vida é nosso maior desafio. A verdadeira oração nos faz crescer nas virtudes e nos abre ao projeto de Deus. Ela nos dá coragem para fazermos o que o Senhor nos pede. A nossa vida sempre vai ser o termômetro da oração que existe como da oração que falta. O concreto de nossa vida de oração se manifesta em nossa vida fraterna na capacidade de partilha tanto dos bens materiais como espirituais com nossos irmãos. O alimento eucarístico nos leva ao amor entre nós. Sem amor e alegria não existe vida cristã.
Orar sempre é desejar estar sempre em comunicação com Deus, independente de nossas condições. Erramos quando queremos fazer da oração uma satisfação de nossos desejos que nem sempre são os melhores para nossa vida. Há muitas pregações hoje que nos justificam e não nos levam ao encontro com a cruz que é a ponte que nos leva a verdadeira felicidade.
Através da comparação que Jesus faz no Evangelho, podemos perceber que se um homem que não é justo acaba fazendo justiça, pela insistência da mulher que o pedia, quanto mais Deus que é pura bondade não irá fazer aquilo que realmente necessitamos.
A oração é um desafio que nos leva a uma vivência mais profunda da Fé. Ela deve envolver toda vida da pessoa. Ter fé é entrar em processo de aceitação da vontade misteriosa de Deus em nossa vida. O que importa na oração não é o tempo, mas a qualidade de comunicação. Podemos nos servir da comparação dos namorados que se amam e muitas vezes por um simples olhar já se comunicam profundamente. O amor é um sentimento interno de entrega. Quando oramos de verdade, estamos entregando a nossa vida ao Senhor.
A oração se divide em dois tipos fundamentais: A oração exercício que é o nosso esforço devocional e a oração-vida ou contemplativa que vai ser fruto desse esforço em nos abrirmos à ação da Graça de Deus em nós.
Santa Teresa de Jesus se converte na e pela oração como um diálogo, como algo inovador que sempre nos transforma em nosso jeito de amar. A comunicação com o divino de Deus vai nos divinizando num processo de amorização. Os nossos valores são transformados no que Deus deseja para nós. A verdadeira oração nos torna mais virtuosos na prática do bem e na superação de nós mesmos. Por esta razão os valores do Evangelho começam a fazer parte de nossa vida e passamos a amar o que Deus ama. A viver o que Deus vive.
Necessitamos sempre da oração em todos os momentos de nossa vida. Ela sempre vai nos dizer o que somos e o que devemos fazer para sermos instrumentos de santificação para a Igreja. A oração sempre deve nos levar a um aspecto solidário e comunitário. Ela sempre nos compromete com a realidade do outro e da comunidade.



“Nós lhe pedimos Senhor a capacidade de crescermos sempre em nossa comunicação convosco.”